O Dia Mundial de Zero Discriminação foi criado em 2014 pela UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS) com o objetivo de conscientizar a população para acabar com toda e qualquer forma de discriminação, favorecendo mudanças na sociedade a partir do respeito, compaixão e solidariedade.
Confira alguns fatos sobre a discriminação, adaptados da UNAIDS pela Sociedade de Pediatria de São Paulo
- A discriminação é o tratamento negativo de uma pessoa ou de um grupo de pessoas com base em gênero, raça, etnia ou nacionalidade, religião, deficiência, orientação sexual, classe social, idade, estado civil, responsabilidades familiares.
- Centro e trinta milhões de meninas entre 6 e 17 anos de idade estão fora da escola e 15 milhões de meninas em idade para frequentar o ensino fundamental nunca entrarão em uma sala de aula, metade das quais vivem na África Subsaariana. Mantê-las na escola beneficia são só a elas como suas famílias e suas comunidades e, no entanto, quase 4 em cada 10 alunas são ridicularizadas por serem mulheres.
- De 143 economias, quase 90% têm pelo menos uma barreira legal que restringe as oportunidades econômicas das mulheres e 79 países têm leis que restringem o tipo de empregos que as mulheres podem ter. A discriminação contra as mulheres afeta a produção de alimentos, uma vez que representam 43% da força de trabalho agrícola em países em desenvolvimento e apenas 5% podem ter acesso a serviços de consultoria agrícola.
- Mais de um bilhão de pessoas vivem com alguma forma de deficiência – são mais propensas a terem serviços de saúde negados e reportam maus tratos por parte da equipe de saúde.
- Três das doenças transmissíveis mais fatais do mundo – malária, HIV e tuberculose – afetam desproporcionalmente as populações mais pobres e são agravadas por outras desigualdades, como gênero, idade, orientação sexual, identidade de gênero e situação migratória.
- O estigma e a discriminação em relação às populações-chave são reforçados por leis penais e outras barreiras estruturais, que alimentam a violência, a exploração e o clima de medo.
- Quase 30% das mulheres sofreram violência física ou sexual por um parceiro íntimo pelo menos uma vez na vida.
- Todas as pessoas são iguais perante a lei e têm direito a proteção da lei, sem discriminação.
Como afastar o preconceito e os atos discriminatórios
O preconceito e a discriminação estão entre as principais barreiras que impedem a sociedade de alcançar um mundo mais justo, fraterno e igualitário, pois promovem desigualdades de todos os tipos – na área social, profissional, na educação, saúde e justiça. A luta pelo fim da discriminação deve ser coletiva, de todos os cidadãos. Conheça os caminhos para afastar estas práticas.
No campo individual
O combate à discriminação e ao preconceito deve começar a nível individual. Questione-se: quais são seus pensamentos e sentimentos acerca da diversidade que compõe a sociedade? Como são constituídos os grupos sociais dos quais você faz parte? De que forma você contribui para a luta contra a discriminação? Seja por barreiras conscientes ou inconscientes, muitas pessoas, ao fazerem este questionamento, descobrem a falta de diversidade entre seu círculo de pessoas próximas e que pouco contribuem para mudar tal realidade. Conscientize-se e compartilhe os conhecimentos com as pessoas ao redor.
Nas empresas
Nas empresas, as práticas discriminatórias podem ocorrer entre os colaboradores ou para com os clientes. Para combatê-las, o melhor caminho é consolidar uma cultura antidiscriminação na organização, incluindo ações inclusivas para garantir o seu sucesso. Ainda, é necessário que a organização esteja preparada para responder adequadamente aos casos de discriminação que podem ocorrer. Algumas ações importantes são a adoção de um código de conduta, realização de treinamentos periódicos, disponibilização de materiais de orientação para os funcionários, criação de um canal de denúncias e ouvidoria, além do compromisso de adotar a diversidade na constituição das equipes.
Na educação
Considerando que as práticas discriminatórias são baseadas em preconceito, ou seja, em ideias formadas sem conhecimento, razão e fundamento crítico, o trabalho de combate à discriminação passa essencialmente pela educação. Esta deve incluir não somente os mais jovens que frequentam a escola, mas também os adultos, por meio de campanhas de conscientização e de combate à desinformação. É importante incluir na grade escolar conteúdos que tragam esclarecimento, principalmente sobre grupos minoritários, e que permitam a valorização da diversidade.