A alimentação possui grande relevância para o nosso corpo e mente. Além da sua importância para a saúde física, ela também influencia o humor. Isso porque os alimentos que ingerimos têm nutrientes com potencial mais complexos do que boa parte das pessoas imagina, afetando nosso organismo de diferentes formas.

Por causa dessa influência, surge uma nova área do conhecimento, a psiquiatria nutricional, que busca encontrar as respostas sobre como os alimentos podem afetar nosso estado mental. Assim como alguns alimentos contribuem para propiciar mais energia, eles também podem regular ou desregular nossas emoções.

Continue lendo este artigo para entender como a alimentação pode ativar os hormônios da felicidade.

O que são e como funcionam os hormônios da felicidade?

Os hormônios da felicidade são neurotransmissores produzidos no cérebro e, quando liberados, provocam sensações positivas que favorecem o bem-estar, tais como a alegria e a disposição. Os quatro mais importantes ficaram conhecidos como “o quarteto da felicidade”, são a serotonina, endorfina, dopamina e ocitocina.

A liberação desses hormônios precisa ser regulada, caso contrário, podem gerar efeitos negativos para o corpo e para a mente, como ansiedade e agressividade. Justamente por esse motivo eles não estão disponíveis o tempo inteiro, mas podem ser estimulados por algumas práticas, entre elas a ingestão de alguns alimentos.

Serotonina

A serotonina é conhecida pela sua capacidade estabilizadora do organismo, já que ajuda a regular as emoções, o sono e o apetite. Além disso, contribui para as funções cognitivas do cérebro, auxiliando na memória e na aprendizagem. Ela contribui para a felicidade pois promove a sensação de satisfação e tranquilidade, inibindo as sensações negativas, como o mau humor e a raiva. Ela é despertada principalmente depois de atividades prazerosas ou em momentos em que o indivíduo se sente importante, reconhecido e valorizado.

Endorfina

A endorfina funciona como um analgésico natural para o corpo, aliviando sintomas de dores e desconfortos. Ela contribui para a felicidade porque desperta uma leve sensação de euforia, trazendo ânimo, disposição e contentamento. É liberado principalmente após a realização de exercícios físicos, após uma boa massagem ou, ainda, uma boa gargalhada.

Dopamina

A dopamina, quando liberada em nosso organismo, provoca a sensação de prazer e de recompensa, aumentando a motivação e o entusiasmo, por isso é considerada um dos hormônios da felicidade. Assim como a serotonina, também trabalha a função cognitiva do cérebro e contribui para a memória e o aprendizado. É despertada principalmente ao concluir tarefas, realizar objetivos almejados e com a prática de exercícios físicos.

Ocitocina

A ocitocina, conhecida popularmente como o “hormônio do amor”, fecha o quarteto dos hormônios da felicidade. Está relacionada a sensação de prazer a partir do afeto e, quando liberada no organismo, promove inúmeros benefícios, como: alívio do estresse, conexão entre pais e filhos, facilitação das interações sociais e aumento do prazer sexual. Para as mães, também contribui para um parto mais tranquilo e para a amamentação.

O que comer para estimular os hormônios da felicidade:Alimentação e serotonina O triptofano é o componente chave na produção da serotonina, por isso, deve-se consumir alimentos ricos deste ingrediente para estimulá-la. Estes alimentos podem ser laticínios, como leite, diferentes tipos de queijo e outros derivados, oleaginosas, como amendoim, castanha de caju e amêndoas e alguns outros, ricos em proteína, como carne, peixe e ovos. / Alimentação e endorfina Para ativar a endorfina pela alimentação, duas características de alimentos devem ser consideradas: os alimentos apimentados e aqueles que agradam o paladar, no geral. Além disso, esse neurotransmissor é liberado no organismo com o contato com outros alimentos, precursores na sua produção. Alguns exemplos de alimentos picantes podem ser pimenta-do-reino, pimenta biquinho, pimenta calabresa, pimenta malagueta, pimentão e gengibre; alguns outros alimentos são importantes, como abóbora, alface, aveia e sementes de girassol. / Alimentação e dopamina Para que o organismo produza mais dopamina a partir da alimentação, é indicado consumir alimentos ricos em um aminoácido chamado tirosina, que é precursor na produção deste neurotransmissor. Alguns desses alimentos são de origem animal, como carne de vaca, peito de frango, salmão e atum, ovo; outros, são grãos e cereais, como lentilha, feijão, cevada, aveia; e há também as sementes e oleaginosas, como sementes de cânhamo, sementes de abóbora, castanha de caju, amêndoa. / Alimentação e ocitocina A alimentação saudável contribui para a produção de ocitocina no organismo. Para isso, é importante a ingestão de frutas, legumes, verduras, cereais e outros alimentos ricos em vitaminas. De toda forma, a liberação desse neurotransmissor está mais relacionada a uma rotina alimentar afetuosa, como comer entre pessoas queridas e investir em alimentos que possuam memórias afetivas, como “comida de mãe” ou “comida de avó”.

A imagem aponta os alimentos e práticas alimentares que estimulam os hormônios da felicidade.