Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2019 apontam o suicídio como uma das principais causas de morte no mundo, superior ao número de mortes por HIV, câncer de mama, malária, guerras ou homicídios. Neste mesmo ano (2019), mais de 700 mil pessoas morreram por suicídio, uma em cada 100 mortes. Assim, fica evidente a importância das campanhas de prevenção.

Setembro é considerado o mês oficial de prevenção ao suicídio. Continue lendo este artigo para entender o que é o Setembro Amarelo, seus objetivos e o que pode ser feito para contribuir para a causa.

O que é o Setembro Amarelo?

O Setembro Amarelo é uma campanha criada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) com os objetivos de conscientizar a população acerca do suicídio e reunir esforços para preveni-lo.

Na campanha, é utilizada a simbologia do amarelo, que desperta clareza, felicidade e otimismo e a simbologia do laço, que significa união, solidariedade e comprometimento. A cor e o ícone são utilizados por pessoas e organizações, nas ruas, prédios, cartazes, roupas e outros, para atrair a atenção das pessoas e trazer maior visibilidade para o assunto.

Conheça a origem do movimento

A Campanha Setembro Amarelo se originou nos Estados Unidos, a partir do suicídio do jovem Mike Emme, de 17 anos de idade. Ele era conhecido por suas habilidades mecânicas, tendo restaurado e pintado de amarelo um Mustang 68, que se tornou sua marca registrada. A família do garoto não notou a gravidade dos seus transtornos psicológicos antes que fosse tarde demais.

Depois disso, os amigos de Mike tiveram a iniciativa de criar uma cesta com cartões e fitas que levavam a frase “Se precisar, peça ajuda” e entregá-los durante o funeral. A ação ajudou pessoas que realmente precisavam de auxílio e ganhou força pelo país, tornando-se estopim para o início de um movimento muito maior que levaria os símbolos de sua história: o laço e a cor amarela.

Veja como contribuir para evitar o suicídio

Todos podem contribuir para evitar o suicídio. Buscar se educar sobre o assunto é o primeiro passo para se tornar um aliado nesta causa, já que as informações e ações devem ser proferidas e tomadas sempre com responsabilidade. Conheça as formas de ajudar alguém em sofrimento:

  • Criação de um espaço seguro emocionalmente para que a pessoa possa expressar seus pensamentos e sentimentos;
  • Ouvir com atenção e respeito, evitar críticas e julgamentos e nunca subestimar os problemas do outro;
  • Atenção aos sinais que indiquem risco à vida; caso houverem indícios, perguntar sobre tentativas ou pensamentos suicidas;
  • Buscar ajuda e informar pessoas que façam parte do grupo de apoio da pessoa em sofrimento, possivelmente familiares e amigos;
  • Remover objetos, ferramentas e itens que ofereçam risco e que possam contribuir para tirar a vida em casos de risco iminente;
  • Contribuir para clarear a mente e as ideias; buscar a racionalidade e propor saída para os problemas que parecem insolucionáveis;
  • Indicar tratamento com profissional de saúde mental; em casos urgentes, indicar ao Centro de Valorização da Vida (CVV).

 

Setembro Amarelo - Como identificar que alguém precisa de ajuda? A pessoa apresenta mudanças de comportamento – retraimento, pessimismo, tristeza constante ou apatia; Expressa sentimentos ou ideias de auto depreciação – desvalorização pessoal, auto ódio, culpa ou vergonha de si mesmo; Tem atitudes ou falas que sugerem morte ou partida – vontade repentina de resolver pendências, organiza documentos, escreve um testamento ou cartas de despedida; O grau de risco aumenta em casos em que há transtornos mentais ou de personalidade diagnosticados e/ou uso de substâncias psicoativas.

A imagem apresenta os indícios de que alguém precisa de ajuda na prevenção do suicídio.

Considerações finais

O suicídio não deve jamais ser visto como um ato de coragem ou uma escolha a ser respeitada. O indivíduo que considera a possibilidade de tirar a própria vida se encontra em profundo estado de sofrimento, causado por um transtorno mental que afeta a sua percepção sobre a realidade e sobre si mesmo.

Para evitar o pior, é primordial que a pessoa receba ajuda de amigos, familiares de quem possa intervir; então, deve ser realizado tratamento com um profissional qualificado, que pode utilizar da psicoterapia ou de medicamentos para conter o transtorno e devolver ao indivíduo o equilíbrio e o controle sobre a própria vida.