O psicólogo Alfred Adler, em meados do século XX, descreveu pela primeira vez o complexo de superioridade. Para ele, o complexo de superioridade e o de inferioridade estavam fortemente relacionados; as pessoas com este complexo teriam atitudes arrogantes e egocêntricas, supervalorizando suas realizações para mascarar a própria insegurança, sentimento de fracasso ou de inadequação. 

Continue lendo este artigo para entender mais sobre o complexo de superioridade, suas principais características e como lidar com ele. 

 

O que é complexo de superioridade 

O complexo de superioridade é uma condição relacionada à saúde mental e emocional, que caracteriza comportamentos de superioridade de uma pessoa em relação às demais. Não é qualificado como uma doença, pois não consta no CID-11 código de doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS), nem no DSM-V – Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais. 

É possível reconhecer as pessoas que se enquadram no complexo de superioridade a partir de atitudes padronizadas e repetitivas, que expressam um senso descomedido de autoestima e autoconfiança. Estas pessoas acreditam serem sempre superiores àquelas em sua volta, em inteligência, capacidade e competência, em todos os círculos sociais de que fazem parte – amigos, familiares, conhecidos, colegas de escola ou trabalho etc. 

Principais características de pessoas com complexo de superioridade: Visão distorcida sobre suas capacidades, com tendência ao exagero;  Hábito de se vangloriar de seus feitos e conquistas com frequência;  Costume de minimizar os feitos ou conquistas de outras pessoas;  Necessidade constante de atenção, aprovação e reconhecimento;  Perfeccionismo excessivo em tarefas simples e complexas;  Dificuldade em receber críticas e não reconhecimento dos erros.

A imagem indica as principais características de pessoas com complexo de superioridade

Como lidar com este complexo 

Se você identifica o complexo de superioridade em si mesmo(a), alguns caminhos podem contribuir para afastar a necessidade de autoafirmação. O primeiro passo é entender que ele este complexo se baseia em uma tentativa frustrada de mascarar a falta de segurança, que precisa ser trabalhada internamente para que a aprovação externa não ocupe um papel tão importante na construção do bem-estar. 

Neste sentido, é necessário se aprofundar no autoconhecimento, ampliar o entendimento sobre as próprias forças e fraquezas e desenvolver uma visão clara sobre os próprios objetivos e potencialidades. Assim, é possível validar as limitações e investir tempo, esforço e energia no que lhe aproxima de sua verdadeira essência. 

A psicoterapia pode contribuir neste processo, principalmente no que diz respeito ao gerenciamento das emoções e construção da autoestima. É essencial elaborar estratégias para lidar com a insegurança, entender que não é possível ser bom em tudo e que as críticas podem servir como motivação para crescer e se desenvolver. 

Se você identifica o complexo de superioridade em alguém da sua convivência, os desafios estão relacionados à compreensão do complexo e dos sintomas relacionados e às formas de responder quando estes se manifestam, para evitar os conflitos e buscar soluções, garantindo, dessa forma, uma convivência mais saudável. 

É importante entender que a pessoa em questão apresenta atitudes egocêntricas de maneira quase inconsciente, como uma forma de convencer a si mesma que é boa o bastante. Portanto, o sentimento de raiva e/ou frustração nestes momentos podem ser substituídos por empatia e acolhimento. 

Deve-se evitar entrar em competições, assim como demonstrar permissividade e tolerar desrespeitos. Ao invés disso, comunique suas ideias e opiniões de forma clara e saiba defendê-los quando for necessário, pratique a comunicação não-violenta e faça elogios sinceros quando perceber que o outro se sente inseguro. Se houver abertura, pode ser uma boa ideia conversar sobre o complexo e indicar apoio profissional.