O mês de abril é dedicado à conscientização sobre o TEA (Transtorno do Espectro Autista), a partir da campanha Abril Azul. Neste mês, o propósito é levar informações à população acerca do transtorno e combater o preconceito, facilitando a inclusão destas pessoas em todos os âmbitos da sociedade.

Continue lendo este artigo para descobrir informações importantes sobre o autismo e os portadores deste transtorno e como cada indivíduo pode contribuir para a inclusão social do autista.

 

O que é autismo?

O Transtorno do Espectro Autista, ou simplesmente autismo, é uma condição que altera processos de comunicação e de comportamento social. Assim, os portadores deste quadro apresentam sintomas, como atraso no desenvolvimento da fala, pouco contato visual, maior sensibilidade sensorial e comportamentos repetitivos.

O autismo não é considerado uma doença porque não é degenerativo; não oferece risco de morte ou qualquer fragilidade física. Pode ser considerado um transtorno mental e/ou de desenvolvimento. A condição autista pode ser trabalhada, para facilitar o convívio social do portador e minimizar efeitos negativos.

 

Conheça algumas informações importantes sobre o autismo

Não é exagero dizer que muitas pessoas ainda têm uma visão estigmatizada sobre o Transtorno do Espectro Autista, devido à falta de informação. Infelizmente, esta realidade cria inúmeros desafios para os portadores e seus cuidadores. Veja, abaixo, o que você precisa saber sobre o autismo.

Os sinais do autismo podem ser identificados ainda na primeira infância

Pode-se observar sinais em crianças autistas já entre 1 a 6 anos de idade, entre eles: atraso ou ausência da fala; baixo contato visual; pouca interação social com os pais, familiares e outras crianças; preferência por brincadeiras solitárias e incomuns; dificuldade para entender metáforas, simbolismos e histórias de “faz de conta”, compreendendo-as de forma literal; dificuldades para engatinhar e caminhar; comportamentos repetitivos; forte incômodo a estímulos de luz, sons e determinadas texturas; resistência a sair da rotina.

É importante que os pais ou responsáveis se atentem a estes sinais nos pequenos. Se forem identificados, devem buscar orientação médica para um diagnóstico. O tratamento precoce contribui para um melhor desenvolvimento da criança, para que possa aprender novas habilidades sociais e vencer barreiras para conquistar mais independência ao longo da vida.

O espectro autista é diverso e tem sintomas e características variáveis

Algumas pessoas têm a falsa ideia de que o autismo tem “cara” e de que é possível reconhecer autistas por traços da aparência ou de personalidade. De toda forma, a ideia do “espectro” é justamente pontuar a grande diversidade nos padrões comportamentais das pessoas com algum grau de autismo, que pode variar entre o mais leve até o mais severo. Alguns autistas podem ter alterações que não comprometem tanto a normalidade da rotina e das atividades diárias, enquanto outros possuem mais barreiras em relação à comunicação e interação social.

Nem todo autista possui superdotação intelectual ou altas habilidades

Existe uma ideia muito difundida na sociedade de que todo autista possui traços de genialidade. Na verdade, estes são minoria dentro do espectro. O mais comum é que, principalmente entre os autistas moderados e severos, ocorra algum nível de deficiência intelectual que pode prejudicar a independência deles nas atividades diárias. No entanto, mesmo que tenham inteligência dentro da normalidade, podem surpreender com seus conhecimentos aprofundados sobre um tema ou assunto específico, em razão do hiperfoco.

 

Como contribuir para a inclusão dos autistas

Pessoas autistas podem e devem ser incluídas em todos as áreas da vida – como saúde, educação, cultura e lazer. A Lei Nº 12.764, de 2012, também conhecida como Lei Berenice Piana, institui os direitos dos autistas e seus familiares. Esta determina que os autistas tenham os mesmos direitos assegurados às pessoas com deficiência, garantindo serviços de Assistência Social, direito à educação com atendimento especializado propiciado pelo Estado, serviços de saúde com diagnóstico precoce, atendimento multidisciplinar e medicamentos, além de acesso à moradia, ao mercado de trabalho, à previdência e, também, atendimento preferencial.

Contudo, é preciso que a sociedade e todo cidadão reúnam esforços para combater o preconceito, a discriminação e os estereótipos que tanto complicam a vida dos autistas e seus cuidadores. Para isso, o primeiro passo de inclusão deve ocorrer na própria família, que é o primeiro grupo do qual participa o autista. Deve-se buscar informações e desenvolver a compreensão sobre as qualidades, dificuldades, potenciais e limitações do portador, para que ele possa se desenvolver em um ambiente seguro emocionalmente, contando também com a ajuda de profissionais.

O próximo passo é conscientizar os grupos aos quais o autista será inserido, para que os membros estejam cientes sobre suas principais características e as melhores formas de se relacionar com ele, de forma harmônica e respeitosa. A conscientização também deve ser ampliada a todos os espaços sociais, por meio de diversos canais, de modo que as informações alcancem grupos cada vez maiores, contribuindo para tornar os ambientes mais acessíveis ao autista e às suas necessidades.

 

“Um dos maiores desafios de ser autista não é o autismo em si, mas como as pessoas reagem a ele. Se você quer mudar vidas, comece mudando suas percepções de autismo.” (Amy Gravino)

“Um dos maiores desafios de ser autista não é o autismo em si, mas como as pessoas reagem a ele. Se você quer mudar vidas, comece mudando suas percepções de autismo.” (Amy Gravino)