Para muitas pessoas, principalmente as mais rigorosas e duronas, vulnerabilidade é a condição de ser frágil. Estas, costumam evitar momentos de sensibilidade e guardar seus sentimentos mais íntimos para si, com medo de demonstrar fraqueza.
Outras, costumam encarar a vulnerabilidade com mais naturalidade; conseguem enxergar o poder por trás dessa característica e o que se é possível alcançar com ela.
Descubra como acolher a vulnerabilidade como uma forma de expressão pode transformar a vida e as relações.
O que é vulnerabilidade?
Segundo o dicionário, o significado de vulnerável é:
“Algo ou alguém que tende a ser magoado, danificado ou derrotado; frágil.”
Segundo essa lógica, vulnerabilidade seria a condição de estar na situação arriscada de ser ferido, danificado ou derrotado.
Mas, apesar disso, pesquisas realizadas pela cientista social e pesquisadora americana Brené Brown mostram algo interessante: estar ou se colocar nessa posição, não necessariamente significa realmente ser machucado; muito pelo contrário!
As entrevistas de Brené Brown
Em seu TEDTalk (palestra virtual), Brown compartilhou que seu propósito ao iniciar as pesquisas era ajudar um grupo de pessoas que tinham dificuldade em criar conexões verdadeiras. Sua ideia era ajudar a diminuir a sensação de vulnerabilidade que sentiam ao interagir com as outras pessoas, de modo a obterem a segurança necessária para mudar esta realidade e fortalecer seus relacionamentos.
Então, ela passou a analisar entrevistas de pessoas que tinham a capacidade de se conectar mais facilmente com as outras e estabelecerem vínculos fortes. Neste grupo, ela encontrou duas características que acreditava serem opostas, mas que ainda assim se mostravam complementares e contribuíam para que aquelas pessoas tivessem os resultados apresentados. As características eram a vulnerabilidade e coragem.
O outro lado da vulnerabilidade
De acordo com as pesquisas de Brené Brown, a vulnerabilidade como modelo de expressão era a condição de ser autêntico e verdadeiro consigo mesmo e com os outros sobre suas experiências, seus sentimentos e percepções. Ter a coragem de ser vulnerável é um desafio (porque abre portas para julgamentos, principalmente daquelas pessoas que não lidam bem com os próprios sentimentos), mas este desafio é a chave para encontrar pontos de conexão com outras pessoas e construir relações que superem a superficialidade.
Dessa forma, devemos partir do princípio que, na vida, irão existir pessoas que se identificam mais ou menos com a nossa visão de mundo. Ser mais aberto em relação ao que pensamos e sentimos vai contribuir para que o outro possa reconhecer em si mesmo os pontos de conexão com a sua própria história – o que cria empatia. Também é importante entender que, mesmo que esses pontos de conexão não sejam identificados em algumas relações, isso não significa que expressá-los seja menos válido. Lembre-se: a vulnerabilidade é um risco que merece ser corrido!